A cena é essa: estamos na beira do Madeira. Aquela parte do Complexo da Estrada de Ferro onde a gente vai pra admirar o rio, os barcos, os botos ocasionais. Famílias, jovens e crianças movimentando e colorindo o espaço, ocupando as barraquinhas, de pastel, churros, sorvete, chop e ouvindo sucessos internacionais dos anos 80 e 90. Isso mesmo: sucessos internacionais dos anos 80 e 90, aquelas músicas em inglês que a gente conhece, mas não sabe o nome.
Olhando a calma do Madeira, a Vanessa lembra de 2012, do tempo que estudava na Unir, eu lembro do tempo do festival de rock, eu e meus amigos, jovens inconsequentes beirando o rio quase um quilômetro pra entrar sem pagar cinco reais. Ela lembra de quando a gente ia pra ali, passar um tempo e me pergunta o que foi, tá pensando em alguma coisa, né? Respondi que sim: possibilidades!
Li uns poemas lá, distribuí os zinezins, foi o Poesia Grátis! com o Slam de Poesia, organizado pelo pessoal da Liga de Mcs Carla Ferreira e pelo c43n3 (lê-se KN). Depois da leitura, ficamos por lá, ouvindo o som. Tinha uma caixa de som por lá, limitada a tocar os já citados sucessos internacionais dos anos 80 e 90. Nada contra, é claro. Mas conhecendo tantos músicos locais, tantas bandas e músicas, fiquei me perguntando pela MPBera, Música Popular Beradera. Seria legal que só, ouvir MPBera na beira!
Recentemente, o pessoal da Quilomboclada, Sandra Braids e Bado estiveram no Sul, pelo Sesc Sonora, representando o Norte com o som. E aqui? Nada? Senti falta! A gente na beira do Madeira e não tinha um sonzinho daqui, nem Quilomboclada, nem Sandra, nem Bado, nem Bira...
A gente precisa mudar isso! Criar espaços pra ouvir o som que é produzido aqui! Toca Nitro! Toca Coveiros! Naviola! Gabriê! Toca F2! O que não falta é música! Bora botar pra tocar nas rádios, nas praças, nos bares, nas casas noturnas, no Shopping e mais onde der!
Dúvidas, críticas e sugestões, é só mandar pro meu e-mail [email protected] ou, me encontre nas redes sociais (Instagram, Facebook, Tiktok, Threads): @zedanilorangel. Tenho exemplares do meu livro mais recente “Moedor Gourmet”, além de zines para vender, poesia e prosa. Outra forma de apoiar o poeta é assinando a minha revista digital: Revista Zeh!
Grande abraço e até já, parente!
Mín. 22° Máx. 33°